segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Selvageria no futebol


“O que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém reparou” 
(Relicário - Nando Reis)

E fora dos estádios também! 
(Fonte: Paz no Futebol)

O que leva um “ser humano” a matar outro apenas porque ele torce para um time diferente do seu? Qual o limite do fanatismo? Qual o limite da rivalidade? Atitudes como essa podem ser justificadas por “amor ao futebol”?
É difícil ficar indiferente quando acontece uma morte no futebol. Quando se trata de algum ícone do esporte, ficamos abalados. Quando é uma morte “boba” por causa de violência entre torcidas, desperta sentimentos de repulsa, incredulidade e revolta.
Primeiro de tudo, vamos esclarecer aqui minha visão sobre seres que matam pessoas por causa de futebol: Não são dignos nem de serem chamados de seres humanos, animais ou “doidos”. São seres selvagens, sem limites e/ou noção de nada. Sim, tenho meus dois pés bem fincados na realidade e sei que briga de torcida existe e não é coisa rara (não deveria, mas existe). Estou falando aqui de "torcedores" agredindo e matando torcedores de times rivais. O que justifica tirar a vida de uma pessoa? Nada. Futebol, muito menos!
Sim, mas por que falar desse assunto agora? Domingo, dia 23, após o clássico SanSão, um torcedor santista membro da Torcida Jovem foi espancado até a morte por 15 torcedores do São Paulo, possivelmente integrantes da Torcida Tricolor Independente (você pode ler as notícias no Globo Esporte e no nosso parceiro Alvinegro da Vila).  Agora me diz, tem como ficar indiferente diante disso?
Imagina a pessoa voltando para casa, depois de ter visto um de seus maiores amores, certamente uma das coisas que mais gostava de fazer na vida, ter sua vida tirada por 15 monstros, sem a mínima condição de lutar para sobreviver, tamanha covardia? Dói o coração só de imaginar.
Não é só uma vida que se vai. É a que foi interrompida brutalmente e as que ficam (família, amigos e conhecidos). Além disso, o que também me inquieta bastante é a sensação “onde isso vai parar?”.
E não diga “ah, ela só tá falando tudo isso porque foi um santista e etc”. Podemos falar de outros casos lamentáveis e igualmente revoltantes, como o caso Kevin Espada, onde o menino de 14 anos morreu ao ser atingido por um sinalizador no estádio, e a barbárie em Joinville ano passado na partida entre Atlético-PR e Vasco que, por sorte, não teve mortos.
Vejo isso não só como uma questão de torcidas organizadas, até porque no caso do Márcio foram 15 contra um. Não foi briga de torcidas e sim uma covardia, 15 selvagens contra um homem. Isso pra mim é questão de caráter, ou melhor, da falta dele.
Terminando em morte ou não, o fato é que nada justifica situações como essa. Infelizmente, tenho certeza que mais torcedores, além de Márcio, já morreram em situações parecidas. Outra certeza é que “pessoas” que fazem esse tipo de coisa merecem punição pra ontem. 
Sobre os 15 selvagens: Não foram “homens” para espancar Márcio até a morte? Cadê a “macheza” pra mostrar a cara, assumir o que fizeram e arcar com as consequências (até porque a vida de Márcio eles não trarão de volta)? Ah, homens de verdade não fazem coisas desse tipo e eles sabem muito bem disso. Matar é crime e o mínimo que deveria acontecer era fazer com que esses monstros pagassem por tal ato. Que a justiça seja feita! (embora, infelizmente, eu não acredite que será).
Para finalizar, o velho clichê sempre é válido: se as devidas medidas não forem tomadas, nada vai mudar.

POR FAVOR! 
(Fonte: Futebol Arte)

P.S.: Já falamos um pouco sobre brigas no futebol aqui, mas diante desse fato lamentável era necessário retornar ao tema.
P.S. I: O texto de hoje contém mais reflexões do que respostas, mais inquietações, sentimentos tristes e de revolta do que o de costume. Não, não conhecia o torcedor santista assassinado, mas poderia conhecer. O sentimento vai além de “poderia ser um amigo meu, poderia ser eu”, é “é uma vida, um torcedor que se foi, uma família que ficou chorando, um filho que vai crescer sem pai”. Não precisa acontecer com um conhecido pra ficarmos revoltados e tristes, basta ser minimamente humano (como os selvagens que o mataram não foram e nunca serão).

  Por: Vanessa Moura.

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