Bom, primeiramente gostaríamos de dizer que os torcedores
gremistas deram um show! Todos muito simpáticos e dispostos a participar do
blog e contar um pouquinho de sua história para nossos leitores. Assim que
a série "Amor à distância no futebol" foi divulgada pelas principais
páginas do time (Obrigada, pessoal!), muitos gremistas já entraram em contato
com a gente. Foi maravilhoso!
Tive (eu, Amanda) a oportunidade de morar (poucos meses, ok) no
Rio Grande do Sul e vi de perto esse amor tão incrível da torcida tricolor.
Queria agradecer aos quatro gremistas que mandaram seus ótimos relatos aqui pro
blog e avisar você, leitor, que vale a pena ler tudo!
(OBS.: A falta de recuos é um oferecimento Blogspot.
Sem mais enrolação, vamos para os relatos:
Marcos Dutra, Latacunga - Equador
"Sou
Marcos Dutra de Miranda. Nasci em São Jerônimo - RS. Morei grande parte da
minha vida em Guaíba - RS e 9 anos da minha vida em Latacunga no Equador a
quase 7000km de Porto Alegre.
Conheci o Grêmio quando eu era muito
pequeno. Aos meus 6 anos de idade, em uma ida de férias ao Brasil, meu tio me
presenteou com uma camisa do Grêmio e desde aí sou Gremista fanático. Aprendi
esse fanatismo do meu tio Almir Dutra, um dos Gremistas mais apaixonados que eu
conheço.
É bem complicado morar longe do
estado do seu time, ainda mais em outro país, pois não se pode nem fazer aquela
corneta com o rival depois do jogo. É difícil não poder ir ao estádio e não
poder alentar de perto o meu Grêmio.
Eu me sinto muito bem torcendo por
um time de tão longe, a distância parece que faz eu torcer com mais vontade
ainda pelo meu Tricolor. As pessoas aqui no Equador não tem nenhum preconceito
com isso, mais que isso, quando descobrem que somos brasileiros (somos: tenho
dois irmãos. Os três irmãos são Gremistas) e descobrem que somos Gremistas nos
falam muito bem do Grêmio e conhecem a grande história de vitórias do Clube.
A vontade de voltar ao Rio Grande do
Sul é grande sempre, morei lá toda a minha adolescência e início de juventude e
ia ao estádio com frequência. Alentava, gritava e apoiava muito de perto ao
Grêmio e fui ao Brasil de férias para conhecer a nossa nova casa, a Monumental
ARENA DO GRÊMIO.
Fui a um jogo que o Grêmio veio
jogar aqui em Quito contra a LDU. Fomos com um amigo torcedor da LDU e fizemos
ele entrar na parte da torcida do Grêmio para ele ver que mesmo longe e em
poucos a torcida Gremista apoia sempre.
Fui ao jogo Grêmio x Goiás na Arena.
Vi meu Grêmio ganhar, vi Barcos fazer um gol e comemorei a vaga a Libertadores
antes de voltar ao Equador.
Meu sonho é que o Grêmio levante o
Tri da Libertadores e o Bi mundial em 2014 e, se Deus me permite, ir na final
da Libertadores na Arena comemorar essa conquista. Dale Grêmio, contigo no
Brasil, Equador ou até na China. Saudações Tricolores aos Gremistas que nunca
param de alentar, mesmo estando em outro estado ou país."
Thainá Oliveira, Itaperuna, RJ - Brasil
"Minha paixão pelo
Grêmio é bem paixão de louco mesmo, até eu fico me perguntando às vezes o
sentido disso, minha família acha que eu sou uma garota que não entende nada de
futebol e fala que sou gremista às vezes até pela cor da camisa ou por um
jogador bonitos (risos), sofro preconceito às vezes com isso..
Moro no interior do Rio, Itaperuna, ou seja, estou
muitooooo longe do SUL e mesmo assim o meu coração está lá, pois o meu amor
pelo tricolor gaúcho é incondicional.
Tudo começou quando eu tinha 12 anos, meu pai
flamenguista fanático vendo o campeonato brasileiro, e eu sem entender nada de
futebol fui acompanhando aquela partida, a partir daí eu comecei a criar um
amor louco pelo Grêmio e meu pai ficou puto, pois naquela casa só deveria ter
flamenguista.
Então eu comecei a assistir todos os jogos, acompanhar
tudo, pesquisei sobre tudo e me apaixonava cada vez mais pelo Grêmio, quando
todos estavam fazendo churrasco vendo o campeonato carioca eu ficava lá
trancada no quarto sem tirar o olho do GRENAL, gritos fanáticos que os vizinhos
ficavam achando que tinha uma psicopata dentro de casa.
6 anos que sou gremista fanática e meu amor pelo Grêmio
será eterno, mesmo nas derrotas sempre serei tricolor, a única coisa que me
impede de morar no sul é o frio, sou louca por praia, sol, cerveja gelada,
roupas curtas, a noite do Rio, mas morro de vontade de conhecer o sul, conhecer
a Arena, conhecer alguns lugares, sair um pouco por essa cidade tão
maravilhosa!!
Meu sonho é assistir um
GRENAL e espero realizá-lo em breve."
Marcus Vinícius Garcia, São Paulo, SP - Brasil
(Marcus mandou um super texto até com título -wow- e nos entregou: deu pra ver que pedimos os textos no final de abril e estamos postando agora =/)
"Paixão em azul, preto e
branco
O que faz amar um time, as
cores, o estilo de jogo, o canto da torcida? Na verdade eu não lembro como eu
passei a gostar das cores azul, preto e branco, mas a influência sim.
Graças ao meu pai tive muitas influências. Por causa dele,
me tornei fã de automobilismo, mais precisamente de Fórmula 1 – numa época que
Ayrton Senna era o cara –, de rádio e do Grêmio.
Eu nasci numa época que o maior rival conquistava o
tricampeonato brasileiro invicto, mas aos três anos de idade eu já era campeão
do mundo.
Desde pequeno frequentava o Estádio Olímpico, meu pai era
sócio e me levava em alguns jogos. Cresci vendo nomes como: Renato, Cuca,
Assis, Valdo, Danrlei, Adilson, Mauro Galvão, Dinho, Roger, Carlos Miguel,
Paulo Nunes, Jardel, Zinho. Na minha adolescência, eu vi o Grêmio atropelar
todo mundo, contra tudo e contra todos, sendo campeão da Copa do Brasil por
quatro vezes, bicampeão da América, bicampeão brasileiro, campeão da Recopa, e
vários títulos regionais vencendo o Inter. Ser gremista na época era bom
demais, era fácil.
Mas o Grêmio, assim como todo o clube tupiniquim, sofre
com o amadorismo de nossos dirigentes e do nobre comando do futebol
pentacampeão, e pagou caro por isso sendo rebaixado por duas vezes.
Deixei a capital dos gaúchos em outubro de 2002, com
destino a São Paulo em busca de um grande amor (que não era futebol). Apesar de
sofrer com a distância da família, dos amigos, a distância do time do coração
também apertou no peito. Sempre acompanhava os jogos no estádio, e a mudança
foi difícil de se adaptar.
Sem condições de bancar uma TV por assinatura, e sem
internet, eu ouvia os jogos no radinho, na rua para ter um sinal melhor, com
dificuldades, mas de alguma forma não deixava de acompanhar as partidas do
time. Sorte a minha que não tive que fazer isso num dia chuvoso.
A distância dificultava, pior ainda não podendo torcer no
estádio, onde ia na maioria das vezes sozinho, seja com frio cortante do
inverno, seja com calor do Saara no verão.
Muitas pessoas, amigos meus, paulistanos, tentavam me
convencer a mudar de camisa. “Que Grêmio!? Time pequeno, do sul. Torce para os
times mais populares do país que estão aqui!”, diziam. Nunca cogitei isso, e
sempre debati sobre o assunto, respeitando as opiniões.
Nunca deixei de me inteirar sobre as notícias do time,
sabia de tudo que saia na imprensa. Hoje tenho condições de ser sócio, de ter
pacote “Premiere” na TV, internet, ajudando e prestigiando o time a mais de
1200 km de distância.
Já assisti muitas partidas do Grêmio em São Paulo. Tanto
na torcida gremista, como visitante, quanto na torcida adversária. – com
algumas vitórias, comemorando calado, sem poder expressar a alegria de ver o
Grêmio superando o adversário. Uma sensação estranha, mas satisfatória. Parecia
que estava fazendo algo proibido, e prazeroso.
Graças ao Grêmio conquistei muitos amigos, que viraram
parceiros nos jogos, nos debates, e infelizmente nas decepções. Faz 13 anos que
o time não conquista algo relevante, um título de grande expressão. Estou há 12
anos vivendo em São Paulo, e nenhuma vez vi o tricolor gaúcho conquistar um
campeonato de peso. Tive duas oportunidades de ver o Grêmio campeão em 2007 e
2008, com a Libertadores e o Brasileirão. Derrotas para o Boca, e São Paulo
respectivamente.
Tudo bem, eu vi o time superar as dificuldades em 2005,
com 7 jogadores em campo e derrotar o Náutico nos Aflitos, em Recife, por 1x0,
numa das partidas mais épicas que eu já acompanhei. Mas o título da série B era
obrigação e pouco demais para um clube gigante.
Atualmente o Grêmio vem colocando a minha paixão, a minha
fidelidade á prova. Ontem (30 de abril de 2014), o time mais uma vez desapontou
o seu fiel torcedor com mais um fracasso. Eu já tinha escrito mais da metade
deste texto e fiquei tentado a não terminar. O futebol traz estes sentimentos,
de amor, ódio, decepção, tristeza. A cada derrota, eu perdia as esperanças, e
hoje o medo de acreditar e ficar pelo caminho aumenta e segue por 13 anos (e
contando).
Já pensei em largar de mão, deixar de lado esta paixão
pelo futebol gremista. São gestões ridículas, decepcionantes, times fracos,
técnicos incompetentes. Motivos tem de sobra, mas a paixão pelo clube, pelas
cores, pela camiseta falam mais alto. Por isso que eu nunca abandonei o Grêmio,
onde ele estiver."
(Stéphane Dominguez na Notre Damme de Paris)
(Stéphane Dominguez no Estádio Olímpico)
"É com o maior prazer que vou tentar explicar meu
amor pelo TRICOLOR GAÚCHO, Grêmio, desde pequeno e sendo francês. Sou francês
nascido na cidade de Niort perto de Bordeaux e com 4 anos meu pai foi trabalhar
no Brasil e levou toda família junto. Cheguei ao Brasil no dia 24/12/1974 e fui
morar direto em Porto Alegre até o ano de 1988!! Desde criança e até hoje dois
times dominam o futebol Gaúcho: Grêmio e Internacional......e a minha escolha
foi o Grêmio !!! Por que escolhi o Grêmio?! Difícil de dizer, meu pai é
espanhol e minha mãe era suíça e eles não me deram nenhuma influência e quando
"gurí" o Falcão morou no meu prédio e poderia ter me influenciado,
mas as cores do Grêmio foram mais fortes!!
A maior
dificuldade de morar longe de POA e do Grêmio é não poder assistir aos jogos na
Arena, mas ainda bem que com a internet podemos ter as notícias "ao
vivo"!! A distância às vezes pesa, mas o amor pelo Grêmio fica intacto e
diria ainda mais forte!!! Mesmo se aqui na França eu torço pelo PSG, meu time
de coração que me faz vibrar, me fez chorar de alegria e tristeza é o Grêmio.
Aqui na Europa as pessoas são tolerantes, pouco importa qual time você torce,
eles respeitam (tem uma minoria que é radical e que não respeita, mas são
poucos).
No
futuro gostaria de voltar a morar no Brasil e, é óbvio, ver os jogos do Grêmio,
ser Sócio e seguir de mais perto o dia a dia do meu time do coração........ mas
por enquanto minha vida está aqui na França, mas como vou a Porto Alegre umas 3
vezes ao ano de férias aproveito pra ver jogos do Grêmio ........e em junho vou
ver a França jogar contra o Honduras em POA!!
Pra
terminar gostaria de dizer que se eu amo o futebol, mesmo com toda essa
violência, esse dinheiro colossal, falta de amor aos clubes pelos jogadores
etc, é por causa do Brasil, Rio Grande do Sul e principalmente do Grêmio e é
por esta última razão que gostaria de ver meu IMORTAL TRICOLOR ganhar um grande
título porque já faz 13 que estou esperando pra soltar meu grito de
alegria............ :-)
Abraços IMORTAIS
Stéphane Dominguez"
P.S: Ótimos textos, cheios de emoção e paixão pelo Grêmio, né?
Aviso final: tem mais da série "Amor à distância no futebol", aguarde o próximo e último post com mais relatos de torcedores!