Essa semana que passou tivemos um caso de racismo
no futebol (mais um, infelizmente). Tinga, jogador do Cruzeiro, passou por uma
situação bem desagradável durante o jogo contra o Real Garcilaso pela
Libertadores, no Peru. Quando ele tocava na bola, os peruanos imitavam macacos.
Desagradável e deselegante: sim ou
claro? Fica aqui a pergunta: e daí se ele é negro, amarelo, azul, verde ou
roxo? Qual o direito uma pessoa tem de julgar outra por qualquer uma de suas características?
Essa não foi a primeira vez que cenas
desse tipo se repetem no futebol (e acreditamos que não será a última. Não que
a gente seja pessimista e não acredite na ~humanidade~, mas se esse tipo
~ridículo~ de pensamento não mudar rápido a situação vai continuar igual).
(Imagem: MKT Esportivo)
Outros casos de preconceito no
esporte: Em 2011, Michael,
meio de rede do Vôlei Futuro, foi chamado de “bicha” pela torcida do Sada
Cruzeiro. Segundo o atleta, o estádio inteiro (torcida cruzeirense), até
mulheres e crianças, se referiam a ele com gritos homofóbicos. E você acha que
só quem faz isso é a torcida adversária? Não. No ano passado, o zagueiro
brasileiro, Paulão,
que atua no Betis da Espanha foi expulso após receber o segundo cartão amarelo,
teve que ouvir a própria torcida imitando macacos e saiu de campo chorando.
Exemplos não faltam, não conseguiríamos falar de todos e nem de todos os tipos.
A torcida pode ser linda, incentivar e tudo
mais, mas infelizmente existem algumas atitudes que conseguem nos deixar tristes.
Deixando bem claro que não estamos generalizando e/ou dizendo algo do tipo “tá
vendo como torcida é isso e aquilo outro?”. Pelo contrário, quem já leu nossos
textos sabe o quanto curtimos e, em casos específicos, até nos identificamos com
elas.
A maior questão nessa história toda é:
sim, esse caso tá na mídia, foi amplamente divulgado, estamos todos fechados
com o Tinga (hashtag que rolou nas redes sociais e mobilizou inúmeras pessoas
pelo Brasil inteiro). Tudo bem, mas e as outras pessoas que sofrem preconceito
todo dia? Claro que não é de uma forma tão nítida e perceptível como nesses
casos que ocorrem no futebol e esportes em geral, mas todos os dias várias
pessoas são olhadas de uma forma diferente, diminuídas e até ofendidas por
conta de sua cor, opção sexual.
Acreditamos que essas situações no
esporte apenas evidenciam o que ainda existe na nossa sociedade: preconceito e
mais preconceito. Bora rever nossas atitudes? Às vezes nós mesmos estamos fechados
com o Tinga e agimos na vida real com frases do tipo “não sou
preconceituoso(a), mas...”. Chega de hipocrisia, pode ser? Será que é muito
clichê dizer que cada um precisa fazer a sua parte e ser uma pessoa melhor pro
mundo ser um lugar bom de se viver? É, deve ser clichê, mas não deixa de ser
verdade.
Textinho diferente do nosso estilo
mais informal e descontraído, mas reflete bem o que pensamos a respeito do
tema. Interessante que nas férias nós duas conversamos sobre isso e nunca
postamos nada aqui. Agora a oportunidade apareceu.
Por: Amanda Rezende e Vanessa Moura.
Infelizmente isto só vai acabar quando o mundo não mais existir, mas sempre esperamos que episódios como estes sejam bem menos frequentes. Parece que quanto mais informação os seres humanos tem, mais perto da selvageria eles ficam.
ResponderExcluirÓtimo texto Donas do Jogo.
Verdade. E a cada dia fica pior, impressionante. Ficamos na torcida para que isso um dia mude. Vamos fazer a nossa parte, pelo menos. Agradecemos a presença de sempre aqui, viu? Abraços! (:
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