terça-feira, 13 de maio de 2014

Amor à distância no futebol: Flamengo.

Flamengo, maior torcida do Brasil (ou uma das) e claro aquele amor todo. Vários torcedores de todo o Brasil procuraram a gente via twitter (aproveitando pra agradecer os twitters do Fla que ajudaram a gente dando RT na convocação. Vocês foram essenciais!).
Desde já, pedimos desculpas por ter “rejeitado” alguns torcedores que entraram em contato com a gente e agradecemos por se colocarem a disposição. Temos a certeza que todos os que se interessaram em participar teriam histórias lindas de amor pelo Flamengo pra contar, mas, com o coração na mão, tivemos que priorizar os que moravam mais distante do Rio.
Mais um agradecimento (juro que é o último!). Aos quatro queridos flamenguistas que, com paciência, responderam as perguntas e depois fizemos refazê-las em forma de texto, tiraram as dúvidas e tiveram a paciência de aguardar pra ver seus relatos aqui no blog. Muito obrigada, de coração!
Vamos ao que interessa! Com vocês o relato de quatro flamenguistas que moram bem distante do seu amado Mengão.

Roger Loureiro, 18 anos, flamenguista, morador e natural de Ilhéus-BA.


Sou de Ilhéus na Bahia e torcer por um time de fora do meu estado é algo mais que comum, é algo cultural, é quase que obrigatório para qualquer criança, então para eu torcer pro Flamengo surgiu de forma natural através do meu pai, apesar de ter uma fase da infância que estava em dúvida, porém como toda criança inteligente torce por um time vencedor não titubeei e estava certo do meu clube do coração.
Por morar longe sou alvo de preconceito por pessoas que se auto intitulam deterministas dos padrões de vida das pessoas alheias, ou seja, elas acham que você não torcer por um time de sua região é digno de adjetivos nada bons. Essas pessoas a gente encontra facilmente nas capitais que têm times grandes e de expressão, porém nada disso faz diferença em torcer pelo o meu time, o único problema real é mesmo a distância e não poder estar diante do mesmo em decisões e jogos importantes.
Hoje no meu estado por uma mobilização midiática os clubes do estado, principalmente Bahia e Vitória estão crescendo, adquirindo novos torcedores em locais onde o Sudeste do país domina ou que até então dominavam que é o interior do estado e cidades menores, ainda sim eu prefiro torcer quase exclusivamente para o clube de fora do estado, sempre apoio o time da minha cidade no deficitário e inútil calendário de jogos que lhe é fornecido, isso de certa forma impede talvez que eu me dedicasse exclusivamente a ele.
Toda a distância do clube que torço não me faz ter vontade de morar no Rio de Janeiro, minha paixão futebolística não chega a esse ponto de mudar-me endereço fixo para tão longe apenas pelo clube, quem sabe uma oportunidade profissional faria isso, portanto sonho em ver uma grande conquista internacional, no Maracanã como uma Copa Libertadores, quem sabe em um país mundo afora um Mundial de Clubes, sonhar nunca é demais.

Jethro Martins, 26 anos, piauiense (conterrâneo da Vanessa) e flamenguista.


Primeiramente, obrigado pela oportunidade de contribuir com o trabalho de vocês. Sou um amante do futebol em geral e fico contente ao encontrar pessoas que não tratam isso apenas como "perda de tempo".
Conheci o Flamengo por meio do meu pai. Ele também é flamenguista, mas desde cedo deixou claro que eu poderia torcer para o time que eu quisesse. Tanto que quase torci pelo Palmeiras, quando foi a Teresina jogar contra o Quatro de Julho, de Piripiri, e fomos ao Albertão assistir ao jogo (foi em 1993, se não me engano; eu só tinha 5 anos de idade). Mas não resisti à influência do pai. Por lembrança mesmo, creio que comecei a torcer a partir do centenário do Mengão, em 95. Aquele time com Sávio e Romário era de encher os olhos, embora não tenha ganho algum título naquele ano.
Infelizmente, morar tão distante do time do coração é complicado, principalmente para torcer com mais ânimo, acompanhar os jogos de perto, ter algum contato com os jogadores para incentivá-los e até mesmo para adquirir algum produto relacionado ao clube. Em 2013, estive no estádio em três jogos do Flamengo, dois em Brasília, contra Vasco e Grêmio, e um em Fortaleza, contra Portuguesa. Seria muito caro ir a mais jogos! "Apesar dos pesares", gosto muito de torcer pelo mais querido do Brasil. E, como se não bastasse, meu coração decidiu amar outro time, esse de mais longe ainda: o Arsenal, de Londres; mas essa já é outra história!
Certamente existem pessoas que acham bobagem torcer por um time do Rio de Janeiro. Acham que não amo futebol por não ter escolhido um time local. Ademais, há torcedores do Rio que acham que alguém de fora do estado não pode ser "tão torcerdor quanto eles". Puro preconceito! Quanto à reação as pessoas quando sabem que sou flamenguista, em geral é positiva, já que não é difícil encontrar um "compatriota" da Nação Rubro-Negra.
Não tenho planos de morar no Rio de Janeiro. Embora a vontade de conhecer seja grande, não me vejo morando lá. A insegurança e o stress urbano ainda falam mais alto. E até porque, se todo flamenguista fosse morar no Rio, o Rio teria que ser do tamanho do Brasil! =D
Sonho em estar no Maracanã lotado numa final [de preferência se for contra o "Vice da Gama", pois assim a vitória seria certa!] e ver de perto meu time erguendo uma taça. Seria sensacional!

Luís Azevedo, 30 anos, paraense de Abaetetuba e flamenguista.


Meu pai é o maior Flamenguista que eu conheço, não tinha como meu coração seguir outro caminho. Até hoje o Flamengo faz grande parte de sua rotina, assim a família toda seguiu na mesma direção.
Morar em Abaetetuba, interior do estado do Pará e torcer, acompanhar jogos e notícias do Mengão não é tão fácil, pra isso assino todo tipo de comunicação, de Canal Fechado a Blogs especializado no maior do mundo. Quando tem jogo mais próximo, não penso duas vezes, arrumo a mochila e viajo. Lembro-me de um jogo em Fortaleza, contra o Ceará, passei menos de 24 horas na cidade, fui só pra ver o jogo, o resultado de 1x0 foi o suficiente para valer a pena.
Aqui no norte é comum ter torcida dos grandes clubes do país, o Flamengo é maioria absoluta claro, mas bate um sentimento triste, de não poder acompanhar todos os jogos presencias, assisti os treinos e coisas do tipo. Para superar essas frustrações criamos (Diego Azevedo, Ediene Azevedo, Francinaldo Mares e Eu) o Bloco de Carnaval (Urubu na Avenida), que já está no seu quarto ano, e sempre um sucesso total.  A partir daí criamos a loja Urubu Shop, somente com produtos Oficiais do Flamengo, imagina isso? No interior do estado!  Além da campanha de doação de Sangue Rubro Negro, na qual já tivemos diversas honrarias pelo Hemopa e o Jogo da Família Rubro Negra que já está indo para o 3º ano 
Fui ao Rio e me apaixonei, é incrível a força do Flamengo nesta cidade, apesar de não acompanhar a rotina do time de forma presencial todos os dias, minha vontade é assisti o maior número de jogos possível durante as temporadas (já estou com passagem comprada para Flamengo X botafogo em julho) não só no Rio de Janeiro, até porque o Flamengo se sente em casa onde estiver no Brasil todo, e como disputa vários campeonatos durante o ano, dá pra se programar e participar bastante.
Algumas pessoas me chamam de fanáticas, outras de louco, e minha esposa já até desistiu (risos), mas o Flamengo é mais que um time, é algo que une minha família, por isso não ligo muito. Quando me tornei Sócio Torcedor, muita gente disse coisas do tipo “tá só mandando dinheiro pro Rio”, mas sei que a maior torcida do mundo faz a diferença. E sou parte dela.
Meu grande sonho é ir ao Maracanã assisti o Mengão com toda minha família, sentir cada emoção bem de perto, abraça meu pai como sempre abraço nas vitórias (na sala em frente a TV), vê-lo sorrir quando o Mengão é Campeão, isso não tem preço!!!

Bruno Ribeiro,  35 anos, flamenguista de Montreal.




Nascido e criado no Rio de janeiro minha paixão pelo Clube de Regatas do Flamengo começou na década de 80. Meu pai vascaíno não tinha muito interesse em levar meu irmão e eu aos estádios de futebol então essa tarefa ficou por conta de um vizinho que sempre ia ver os jogos do rubro-negro carioca. As minhas lembranças mais claras são de assistir aos Fla-Flus e nessa época não tinha outro resultado senão a vitória, na maioria das vezes por goleada.

          Agora morando em Montreal no Canadá o que sinto mais falta, excetuando família e amigos, é de poder falar sobre o Flamengo. Afinal sempre existe uma maneira de assistir aos jogos, seja pela internet ou nos raros canais que transmitem, mas o papo pós-rodada faz uma falta danada... Principalmente pois ninguém na cidade dá a mínima importância para o campeonato brasileiro então minha única solução é navegar o twitter. Por aqui tem muito imigrante mas cada um se liga aos esportes de seus países de origem e os locais só se importam com o Hockey. Ninguém se surpreende quando falo que torço para o Flamengo e tampouco se interessam.

 Eu não penso em voltar para o Rio de Janeiro mas o que eu mais queria é que a promessa de "internacionalizar" o clube fosse cumprida. Até hoje os sites da Adidas no Canadá e EUA não vendem a camisa do Flamengo. O próprio programa de ST não entrega a carteirinha de sócio fora do Brasil. E os jogos são transmitidos de forma clandestina já que nem o clube, nem a empresa detentora dos direitos televisivos acham interessante investir em transmiti-los pela internet. Quem sabe um dia eu possa receber minha carteirinha de ST em casa, junto com minha camisa do ano, e assistir aos jogos transmitidos diretamente pela Fla TV?

~fim~

Até o próximo post com relatos de mais torcedores de outros times! (o que acontecerá em breve, juro que não vamos passar tanto tempo pra postar o próximo)

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