Prometemos que o post
seguinte não ia demorar muito, né? Mentimos, desculpa gente. Mas essa demora
pode ser justificada, sabem como é vida de universitária? Então. E vida de
universitária da UFRJ (Amanda) e do último ano de Psicologia (Vanessa)?
Imaginem a loucura que foi esse fim de período. Enfim, quase um mês depois, cá
estamos com a segunda rodada de relatos.
O segundo time a ter o
relato de seus torcedores apaixonados aqui é o Botafogo (por motivos de: foi o
segundo time que conseguimos receber todos os textos).
Desde já, agradecemos aos
queridos que colaboraram e tiveram paciência para ver seus relatos aqui (desculpa a demora, gente). Mais uma vez, amamos conhecer um pouco
mais sobre o amor de vocês pelo time de coração, mesmo sendo de tão longe.
Sem mais delongas, vamos
aos relatos dos torcedores do Fogão!
Gabriel Belem, Toronto – Canadá.
(Na foto, Gabriel e sua esposa)
"Meu nome e Gabriel, Moro
em Toronto, e sou Botafoguense. Brinco que nasci Botafoguense, já que meu Bisavó
era frequentador do clube na década de 30, meu avô e Pai são Botafoguenses
doentes, e o meu primeiro presente ainda quando bebe foi uma camisa do
Botafogo. Minha conexão com o Alvinegro começou em 1989, quando vi o Botafogo
ser campeão pela primeira vez. Há uma história típica de Botafoguense nesse título.
O jogo com o Flamengo vinha difícil, até que meu irmão na época com 4 anos
acordou e veio para sala para se deitar ao lado da gente. Eis que o Botafogo
imediatamente marcaria com Mauricio. Meu Pai como bom supersticioso, não mais
deixou meu irmão sair da sala até o fim do jogo e o menino morrendo de sono não
poderia voltar a cama. E deu certo!
Não poder ir ao estádio é
bastante difícil morando tão longe. A principal dificuldade quando aqui cheguei
era conseguir assistir os jogos. Como na época em que cheguei não tinha tanto
acesso na internet acompanhava o jogo pura e simplesmente na base dos notícias
dos portais de esporte. Era bem complicado. Hoje com a melhora na tecnologia
posso ver todos os jogos do Botafogo pela internet.
Morar longe não muda a paixão
clubista. Moro longe mas vivo o Botafogo, acompanhando notícias sobre o clube
quase que de hora em hora, vendo jogos, entrevistas e analises com frequência e
converso com familiares e amigos diariamente sobre o Botafogo, então a grande ausência
e a ida ao estádio.
Como aqui no Canadá o
Futebol não é o principal esporte, não há como haver rivalidade clubista. Meus amigos
próximos trocem para Arsenal, Benfica, Manchester enfim... são poucos que
torcem para clubes Brasileiros, portanto não há rivalidade.
O Botafogo e um clube
conhecido no Mundo todo, e falo isso porque tenho experiência nisso. Certa vez
ia ao supermercado e resolvi usar a camisa do Botafogo. Não dei dois passos
adentro, e um americano de longe começou a dizer... Butafooogo... Garrincha...Conversamos
por 5 minutos e sua felicidade de falar do Botafogo foi impressionante, seu
conhecimento e admiração chamaram muito a atenção.
Não tenho planos de voltar
ao Brasil, mas gostaria muito de ao visitar o Rio voltar ao Maracanã e rever o
Botafogo ao vivo no estádio.
Em relação a sonhos,
confesso que ter o Botafogo na minha vida e um sonho realizado. O dia a dia
alvinegro me traz alegrias e perspectivas. Se pudesse sonhar e escolher algo a
realizar seria voltar ao Maracanã, coisa que não faço a pelo menos 20 anos."
Laís Mady, Manaus - Amazonas.
(Foto no Teatro Amazonas, um dos
cartões postais da cidade de Manaus e arrisco a dizer que é um dos mais lindos
do Mundo, construído durante o ciclo da borracha e inaugurado em 1896.)
"Ser Botafoguense é amar,
acreditar, ter fé. Em uma das músicas que cantamos nos estádios, tem o seguinte
verso “não escolho, fui escolhido”, nós somos assim, escolhidos, abençoados,
por essa estrela solitária que carregamos no peito. Ser botafoguense e ser
supersticioso é quase uma lei.
Lembro-me do Brasileirão
de 2009, Botafogo precisava ganhar ou ganhar, na última rodada, foi o ano em
que o Palmeiras decolou e ficou isolado na ponta por muito tempo e nas últimas
rodadas foi perdendo posição. Ou seja, vitória para o Palmeiras era sinônimo de
libertadores e vitória para o Botafogo permanecia na série A. Fiz promessa,
assisti o jogo de joelhos. Existe explicação? Ser Botafoguense não tem
definição, só quem vive essa paixão sabe o quanto somos fieis e leais a essa
estrela que nos ilumina sempre.
A minha história se misturou
com a do Botafogo logo que eu nasci, meu pai, apesar de ser turco, veio morar
no Brasil muito jovem, ao chegar no Rio de Janeiro, se encantou pelo país,
cidade e principalmente pelo Botafogo, assim que eu nasci, fui presenteada com
correntinhas, roupas e ao longo da minha vida sempre foi assim, meu pai sempre
fez questão de me incentivar a gostar de futebol, como ele sempre trabalha
bastante, esse é o momento de ficarmos juntos. A paixão aumentou quando comecei
a ir a jogos, é uma vibração e emoção sem igual, abraços de pessoas que você
nunca viu na vida, choros de felicidade (alguns de tristeza também, confesso),
mas acima de tudo, um amor sem igual. Conheci General Severiano, e percebi o
quanto o Botafogo foi importante para a seleção brasileira, vários títulos,
vários ídolos, uma viagem no tempo. Apesar de todo esse amor, é muito difícil
morar longe do Rio e não poder ir aos jogos com frequência (moro em Manaus),
recentemente estive na cidade maravilhosa e fui a estreia (e que estreia!!!!)
do Emerson Sheik. Gritei bastante, sai do Maraca rouca, voz zerada e um empate
com sabor de vitória.
Aqui em Manaus, atualmente
o futebol não é valorizado, o Nacional já jogou a série A do Brasileirão,
existe muita torcida para times de diferentes lugares do Brasil. Com a nova
arena que foi construída para a copa do mundo, espero que os times também
tenham algum incentivo/patrocínio para que o futebol volte a brilhar no estado
do Amazonas.
Já fiz intercambio para
Vancouver no Canada, -4h do horário de Brasília, acompanhar os jogos era meio
difícil, mas sempre fazia um esforço, procurava um link (que são bem ruins) ou
acompanhava por twitter com amigos e perfis destinado a informações do
Glorioso.
Eu amo o Rio de Janeiro, é
uma cidade fantástica, apesar de tudo que sempre é dito. Gosto de viajar para
assistir jogos, mas não tenho a vontade de morar, tenho uma vida acadêmica e
profissional muito vantajosa aqui, mas procuro sempre bons jogos para viajar e
assistir.
O meu maior sonho com o
Botafogo, é ver o time brilhar novamente, daquele jeito diferente, como era com
Nilton Santos, Garrincha, Heleno e uma frase que o mesmo disse e ficou muito
conhecida é: “O meu Botafogo não é lugar para covardes” é muito usada por nós,
torcedores, que estamos cansados de gestões ruins, amadorismo e falhas
ridículas de planejamento, o Botafogo não merece o que está sendo feito com
ele, um time tão importante e de história rica. Quero meu Glorioso cada vez
mais conquistando títulos.
E sim, o Botafogo tem
torcida, uma torcida apaixonada. Uma torcida com uma estrela solitária no peito
que sempre brilhará, não importa onde esteja, uma vez Botafoguense, sempre
Botafoguense. Nós fomos escolhidos!"
Andrew Black, Wellington – Nova Zelândia.
(Na foto, Andrew
e Marina, sua namorada, em 2007)
Sou da Nova Zelândia, um
pais onde rugbi e o esporte preferido. Temos só um clube profissional de
futebol no pais!! Imagina isso pro um Brasileiro deve ser doido pensar que um
pais como nosso não tem um campeonato profissional.
Tudo mudou pra mim quando
eu fiz um intercambio no Brasil e estudei na PUC-RIO. Tinha torcedores do Fla e
Vasco querendo eu escolher o time deles. Não queria ser torcedor do maior time,
parece que todo estrangeiro vai pro Rio e volta torcedor do Flamengo. Eu morava
em Copa perto da Vila Isabel então frequentava Rio Sul Shopping perto do
General Severiano. Minha namorada e Flamenguista mas não tinha jeito eu escolhi
Botafogo ou fui escolhido? Tinha o time de 2006 -2007 que me encantou com Dodo,
Lucio Flavio e Jorge Henrique, também gostava muito do uniforme simples,
alvinegro com uma estrela sem mais nada, perfeito.
Moro muito muito muito
longe!! O fuso horário não é ideal pra eu assistir aos jogos. Normalmente começa
as 7 horas de manhã numa segunda feira... ou durante a semana as 1400. Tá difícil
mas as vezes eu consigo acompanhar um jogo, eu faço ou máximo pra conseguir, já
fiquei "doente" pra assistir em casa algumas vezes.
Me sinto orgulhoso de ser
parte de uma nação, de ter uma identidade maior com o povo brasileiro e
Botafoguense. E muito bom conversar sobre nosso glorioso, eu adoro História e
agora conheço muito bem Botafogo. Eu fiz uma palestra em 2010 pra Embaixada do
Brasil aqui em Wellington sobre futebol brasileiro, ficou bom demais. Eu lembro
Brasileiros não pelos nomes, mas pelos clubes com quem torcem.
Brasileiros ficam chocados
quando eu falo qual e o meu time. Botafogo é um time de tradição mas que sofreu
nos últimos anos. Botafogo ainda vai voltar ser como era antes, apesar das
dificuldades estamos subindo cada ano.
Minha mulher e eu temos
planos pra um dia voltar ao Brasil pra morar um pouco, quem sabe 2 ou 3 anos,
claro eu adoraria morar perto do Engenhão pra poder acompanhar o time. Fui pra inauguração
do Engenhão e outros jogos marcantes, aquele jogo que Ana Paula Oliveira garfou
Botafogo contra Figueirense na Copa do Brasil, dos 14 jogos que eu tenho visto
no estádio só perdi um contra Vasco.
Um sonho meu seria
acompanhar um treino no General Severiano ou conhecer os jogadores, conversar
com eles. Ver um jogo na libertadores (infelizmente não vai acontecer em 2014…)
O túnel de tempo também seria bom visitar e a casarão com os troféus.
Enfim, Botafogo virou uma
coisa muito importante na minha vida. Sinto as derrotas e festejo as vitorias.
Sacaneio meus amigos e recebo a mesma coisa. E bom demais ser do Fogão!
Fox Mulder, Chile.
(foto no estádio
Santa Laura do Santiago, tirada pelo repórter do Lancenet)
"Oi, sou um torcedor doente
pelo Botafogo F.R., o incrível desta história é que não sou brasileiro, sou
chileno, nasci no Rancagua, a 100 km ao sul da capital Santiago, joguei
inclusive pelo O’higgins campeão chileno do futebol este ano, nas divisões da
base, hoje em dia não torço pro time chileno algum, só sou fiel ao meu Fogão
querido.
Foi como uma predestinação,
eu conhecia o clube pelo relatos de meu pai do Garrincha, sempre ficou na minha
lembrança. Um dia, me encontrei com o time completo no Chile no Valparaiso, o
equipe fazia uma pré-temporada ali, confraternizei com os jogadores e tudo, anos
depois foi pro o Rio de férias e sim conhecer nada da cidade cai de frente no
General Severiano, a sede do clube, e compreendi que tinha que ser um chamado
divino. Fui escolhido! Assim é com botafoguense mesmo.
Hoje, pela distância, sofro
por não poder acompanhar ao vivo dos jogos, sofrer junto com a torcida, não
poder concorrer ao templo do Engenhão numa procissão quase espiritual e sentir
a emoção coletiva num gol.
Ainda por cima pro mim é
complicado torcer por um clube brasileiro, primeiro porque pertenço a uma
cultura diferente, a um país diferente é isso me faz sentir sozinho, não tenho
com quem compartir e dar pitacos da contingência do clube.
Todo dia no meu trabalho,
tem os colegas e meus alunos (sou professor) fazem caretas quando falo que
minha paixão é um clube Brasileiro. Mais ainda na mina cidade que tem um clube
tão popular. Mas eu caminho com orgulho nas ruas com minha camisa alvinegra.
Não vai acreditar, mas o
torcedor chileno não é tão passional como o torcedor brasileiro, mas eu aprendi
da loucura de ser botafoguense e não me envergonho de saltar ou gritar quando
veio a meu time nos jogos da sul-americana ou na libertadores num restaurante.
As pessoas pensam que sou estrangeiro, é uma loucura mesmo.
Chile é um país muito
tranquilo, seguro, o Rio é violento, algo conturbado, não sei se poderia morar
lá para estar perto do Botafogo, mas já pensei nisso, no Bairro Botafogo tive olhando
apartamentos rs. Vou quando posso ao Rio
sim, de férias e aproveito para ver o meu Botafogo querido quando tem jogo. Mas
sempre sinto saudades da estrela solitária.
Meu sonho é ser campeão
Brasileiro, da Libertadores, do mundo…eu viajaria ao fim do mundo se o Botafogo
chegasse a uma final. Este ano tive o privilégio de viajar ao Santiago desde
minha cidade Rancagua, pro ver o jogo da Libertadores contra Union Española. A
torcida brasileira que acompanhou o time não acreditava ver um chileno xingando
o clube chileno no estádio e torcendo pelo Fogão. Isso não tem preço."
Com a questão da Copa chegando (UHUL!), vamos avaliar se postaremos a próxima rodada de relatos antes ou depois do mundial. Até porque queremos comentar um pouco sobre o mesmo aqui nesse recinto, né? Também somos filhas de Deus! rs
Então até a próxima, que não demorará tanto assim (dessa vez é de verdade!).
~FIM~
Com a questão da Copa chegando (
Então até a próxima, que não demorará tanto assim (dessa vez é de verdade!).
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